domingo, julho 27

"The human touch"


De uma entrevista com o sociólogo Carl Rhode (1953), publicada no semanário neerlandês  Elsevier no passado dia 12, traduzo o final:


"Num mundo em que se torna vaga a fronteira entre o verdadeiro e o falso, o real e o virtual, sentimos cada vez mais a precisão de 'a little bit of human touch'.
Mais do que nunca iremos ansiar por um muito pessoal e sincero apreço, reconhecimento, atenções, serviço, tudo, enfim, o que reconhece e acentua o nosso valor como indivíduo e como ser humano.
Essa necessidade é intensificada pelo facto de que, neste momento, vivemos numa cultura mundial de desconfiança e desespero, causada pela profunda crise económica. Não acreditamos na integridade nem nas boas intenções dos políticos, dos banqueiros, dos administradores, dos empresários. Temos nojo de toda essa gente que, sem escrúpulos, destrói  a  nossa prosperidade e o nosso bem estar. Sentimo-nos inseguros, remetidos a nós próprios.
O que nos leva a ansiar por atenções e sinais que, sinceramente genuínos, nos falem à alma e ao coração.
- É isso válido para todos? – É um sentimento generalizado. Nas longas pesquisas que temos feito sobre o ADN social das diversas gerações, constatamos que essa necessidade de 'human touch' se repete com notável frequência, revelando um importante 'soft spot'. Esse anseio de um trato humano que se constata em todos as camadas da sociedade, é algo que seriamente deve ser levado em conta."