quarta-feira, novembro 4

Ele há sujeitos!...

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Fora de dúvida que a teoria do atavismo criminal de Lombroso (1835-1909) é do mais politicamente incorrecto que se pode imaginar. Ele olhava, media,  descobria nas caras e nos corpos a predisposição para o crime, a certeza de que o indivíduo nascera para ir pelo mau caminho da ladroagem, do assassinato, da trafulhice, reconhecendo até os traços que assinalavam o uxoricida.
A teoria não tem muito por onde se lhe pegue, mas o Museo di Antropologia Criminale Cesare Lombroso, na Universidade de Turim, pode alegrar os amigos do bizarro.
Isto dito, e metendo as mãos no próprio peito, não há volta a dar-lhe: todos conhecemos momentos em que, olhando um rosto, atentando num gesto, numa expressão, escrutinando um sorriso, nos damos conta de que albergamos um Lombroso. Pois então não verdade que Fulano tem cara de pulha? Que salta à vista ser Sicrano ligeiro das mãos, e Beltrano só não mata por medo da cadeia?
Mea culpa, eu há sujeitos que, quando os tenho pela frente, não consigo impedir-me de recordar Lombroso.